No princípio eram Deus e Satã. E Deus criou o mundo em que hoje habitamos, não por vontade própria mas por determinação do verdadeiro Criador, esse grande mistério inatingível e incompreensível que é a origem de todo o universo e deles mesmos.
E Deus demonstrando já a sua personalidade despótica, orgulhosa e tirânica, renegou Satã, tomou em suas mãos a tarefa com exclusividade, não permitindo a sua ajuda, qual criança mimada com seu brinquedo novo.
Renegado e preterido em tão nobre missão, Satã criou o seu próprio reino celestial e para lá se retirou, se isolando de tudo e de todos, habitando só em sua nova morada criada a sua maneira e ambos cumpriram sem saber a lei universal dos opostos que geram o equilíbrio, os dois pratos da balança, o positivo e o negativo, yin e yang, como acharem melhor, o nome não muda a essência.
Para contrapor às formas angelicais do reino de Deus, aceitando o destino de opositor eterno, assumiu Satã a forma demoníaca e criou as suas hostes infernais, evidenciando que a beleza exterior não traduz a nobreza da alma e a pureza da essência. Essa foi a primeira demonstração de sua sabedoria infinita, a razão da existência dos chamados demônios.