A lenda de Fausto é uma das mais conhecidas histórias sobre pacto com o demônio. Resumidamente, em troca de sua alma o demônio lhe daria abundância e juventude durante um período. Na maioria das versões da história, Fausto engana o demônio no final e consegue evitar a perda de sua alma, que seria o pagamento, a sua parte no pacto. Mas na versão original o demônio termina por mutilar e matar Fausto no encerramento do período estabelecido. Isso é o que mais acontece hoje. Muitas pessoas buscam um pacto de riqueza ou de fama imediata, sem precisar fazer mais nada além do pacto e preferem acreditar nas versões modificadas pela conveniência de que é possível enganar o demônio no final e manter livre a sua alma, pois o diabo do folclore é na maioria das vezes descrito como um tolo facilmente ludibriado pelos seres humanos. Mas, a exemplo de Fausto na versão original, essas pessoas terminam sempre se dando mal de uma forma ou de outra, seja caindo na mão dos golpistas, seja caindo nas garras de demônios inferiores. Mas na verdade, são mais vítimas de sua preguiça, de sua ganância e de sua ingenuidade do que propriamente do demônio.
Riqueza, fama e poder... essa é a Santíssima Trindade dessa época materialista em que vivemos. O desejo da fama a qualquer custo, mesmo sem talento ou merecimento, o sonho da fortuna sem sabedoria, sem estudo e sem trabalho... Ninguém melhor do que o Diabo para conceder tudo isso imediatamente por um preço módico: apenas a sua alma. O pacto com o demônio é o caminho mais rápido. Mas a pergunta é: você está disposto a pagar o preço? Mas não nos referimos ao preço a ser pago nessa vida, pois essa é breve e se vai em um piscar de olhos. Falamos em eternidade, no conceito sabiamente resumido por Belzebu: “A eternidade é eterna...”
Não se esqueçam também que ninguém é celebridade na mesa de um necrotério, todos vão se decompor da mesma forma.
Reflitam sobre isso antes de fazerem as suas escolhas e principalmente antes de cruzarem o portal do mundo complexo dos demônios.
