DESCONHECIDA
(Agnes Farias)
O jardim do Éden
Eu conheci...
Submissa jamais
Alcei vôo, me ergui
Por outros planos astrais...
Metamorfose soberana,
De escrava a rainha,
Da opressão insana
A liberdade que eu não tinha.
Não sou caça
Sou caçadora.
Recebi de Satã a graça
De ser dominadora,
Deusa lunar e vencedora.
De Lilith sou chamada,
Por muitos evocada,
Mas permaneço desconhecida,
Misteriosa e indecifrada
Ao alcance de poucos...
Desdenho dos loucos
Navegantes da ignorância terrena
Desconhecendo o meu poder
Me julgando apenas obscena
Alimentando a tola ilusão
De terem minha essência em sua mão.
Poucos são dignos de receber a minha luz
Nas trevas de sua vida.
Ninguém me conduz,
Eu escolho, não sou escolhida.