Esse termo foi usado pelo Presidente Jair Bolsonaro em discurso na Assembleia Geral da ONU em Maio de 2020, se referindo a um tipo de preconceito existente contra os cristãos. Mesmo os cristãos sendo a maioria e tendo o Estado em suas mãos, pois o próprio Presidente concedeu aos evangélicos uma significativa parte do poder (Educação, Direitos Humanos, Cultura, Relações Exteriores).
Não é um termo novo, já foi utilizado e fracassou na década de 2000 quando houve uma tentativa de associar essa definição a qualquer ofensa ou perseguição ao cristianismo. O Deputado Marco Feliciano tentou retomar essa questão por ocasião do carnaval em que um integrante de uma escola de samba desfilou representando o Nazareno. E eu me pergunto se trazer essa questão da cristofobia na ONU não seria parte de um marketing político, pois dessa forma, pautas como homofobia, feminicídio e racismo seriam relegadas a segundo plano, ao mesmo tempo que conquistaria a simpatia de eleitores “conservadores, familiares e, evidentemente, cristãos”.
Mas o que dizer do franco desrespeito à liberdade de crença praticado em nosso País? O que dizer dos ataques a terreiros, aos seguidores de religiões de matriz africana e a todos que professam qualquer crença não reconhecida por eles? O que dizer sobre “traficantes evangélicos” que determinaram o fechamento de terreiros nos territórios controlados por facções criminosas?
No Brasil ninguém é assassinado ou sequer agredido fisicamente simplesmente por ser cristão, o que não podemos afirmar sobre outros segmentos e crenças religiosas que não adotam as doutrinas cristãs preconizadas na Bíblia.
Tomando por base o que está previsto na própria Constituição Federal referente à liberdade de crença em nosso País e a diferença gritante entre a teoria e a prática nesse contexto, poderemos criar outros termos análogos, tipo espiritismofobia, ocultismofobia, bruxofobia, satãfobia e outros.